6 de nov. de 2013

COMBO: Dia do Radialista e Migração das AM para FM.


Aos amantes de radiodifusão o SUPER LEITURA, aproveitando que hoje é quarta - dia de um "De Olho na Mídia" trás para você leitor uma notícia que com certeza já deve ter lido ou ouvido, mas, é claro, com o toque analítico que estamos acostumados a apresentar.

Para quem não anda atento as datas comemorativas (visto que não conheço ninguém que consiga com tanta "datas" sendo comemorada no mesmo dia) amanhã 07/11 comemora-se o dia do radialista. O profissional de radiodifusão, que há anos está presente na vida de milhares de brasileiros, é homenageado nesse dia em razão de sua constante tarefa de informar, entreter e prestar serviços a comunidade. No entanto esse personagem quase sempre está na nossa companhia, durante a atarefada vida que levamos, vem perdendo o prestígio que conquistou nos anos 40 e 50 do século passado. 

A insurgência de novas mídias acarretam para as demais certo nível de preocupação no que diz respeito a sua audiência e continuidade. Com o rádio não foi diferente. Após o MP3 player e Ipod tudo teve que se readequar no universo da radiodifusão. Se antes você para ouvir uma música tinha que esperar o locutor anunciá-la e/ou insistir muito para ele tocar, essas duas ferramentas possibilitam a criação de sua própria playlist.

Mas dentre as rádios que mais sofrem com a relativa perda de audiência por parte do público são as  fantásticas rádio AM. Só como referência didática AM significa Amplitude Modulada e FM frequência Modulada, ambas diferem em seu campo de atuação (AM: informação/jornalismo e prestação de serviço) (FM: entretenimento/música e prestação de serviço), mesmo que em alguns casos não ocorra essa diferenciação, e nas suas ondas eletromagnéticas. O AM transmite em Khz (kilohertz - nomenclatura referente as ondas eletromagnéticas curtas e médias) que por ser aparentemente uma frequência menor possibilita a viagem das ondas em um espaço maior. Já as FM transmitem em Mhz (megahertz - nomenclatura referente as ondas eletromagnéticas longas e médias) que por ser aparentemente uma frequência maior possui um espaço reduzido quanto a propagação da onda eletromagnética.

O fato das AM não oferecem um entretenimento mais expressivo está afastando o público ouvinte. Não que esteja perdendo-o já que quem ouve AM continua a fazê-lo. O problema é que os jovens não estão dando continuidade a esse hábito. Quando não se limitam ao FM ou as RádioWeb nem mesmo isso o fazem, prendendo-se somente aos players digitais. Isso deve ao fato de que as montadoras de telefones móveis e seus fornecedores de aplicativos disponibilizam em seus aparelhos somente o transistor capaz de receber a frequência modulada (FM) tornado oculto o AM aos possíveis ouvintes. O que cria uma mítica de que o AM é ultrapassado e sem graça. Contudo, analisando de forma contrária, é graças ao AM que ficamos por dentro de fatos ocorridos em primeira instância como acidentes de trânsito, crises econômicas e quem sabe um acontecimento pré-apocalíptico (esse último um acréscimo meu).

É por isso que a partir de amanhã será assinado o decreto que visa a migração das rádios de setor AM para a faixa de FM. Como formar de homenagear o profissional de radiodifusão, e atender a um pedido antigo dos radiodifusores,  as emissoras que se sentirem prontas poderão migrar do Khz para o Mhz e operar nas faixas de 58 a 88 Mhz. 


Essa migração será autorizada visando a implantação definitiva do 4G no Brasil. O sinal de internet viajará pelo canal das AM que será desabilitado a proporção que as rádios forem alterando suas faixas. Lógico que isso não será um processo rápido já que uma troca exigirá mudança de transmissores e equipamentos. Fora a preparação do ouvinte acostumado a sintonizar a estação na faixa AM. Contudo a estimativa da Abert é que 90% das 1784 emissoras AM passarão a operar na faixa FM. Nesta frequência as rádios ganharão qualidade de áudio e de conteúdo, competitividade e poderão ser acessadas por meio de celulares. Como falou o ministro das Comunicações Paulo Bernado a alguns dias no programa "Bom dia Ministro" da EBC Serviços:

“A rádio AM está perdendo qualidade, ela tem uma frequência muito difícil. Então, nas grandes cidades, principalmente, é muito difícil você sintonizar as rádios AM. Às vezes ela pega, às vezes não pega. Nos rádios de automóveis, por exemplo, nem tem mais onde sintonizar rádio AM. Então, significa que uma grande parcela dos receptores nem tem como sintonizar"

Se tudo correr bem daqui a alguns anos um novo cenário poderá ser traçado para o rádio brasileiro, que com certeza estará mais híbrido depois de perder uma das dicotomias mais antigas dentro do universo da comunicação.

Aos Radialistas (grupo ao qual um dia estarei fazendo parte) desejo-lhes de já meus parabéns e que continuem fazendo o quem sabem de melhor: Transformando o jeito de comunicar em nosso país!



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