13 de set. de 2014

[LITERATURA EM XEQUE] Cavaleiros do Zodíaco - Gigantomaquia (SETEMBRO ESPECIAL CDZ)



O mês de aniversário de "Cavaleiros do Zodíaco" continua aqui no SUPER LEITURA, que não pode abandonar suas raízes. Segunda semana do mês é igual a: LITERATURA EM XEQUE!

E para unir o útil ao agradável, você confere a partir de agora uma análise da única obra oficial (faz parte da cronologia da série), que não foi criada pelo mestre Masami Kurumada. Fugindo do estilo mangá tradicional, onde os quadrinhos guiam a narrativa, Tatsuya Hamazaki conta, de forma mais romântica e criativa, a temível e esquecida batalha contra o exército do deus dos gigas, Tífon: A Gigantomaquia.

Na mitologia grega, a Gigantomaquia é a referência da guerra entre os deuses do Olimpo contra os gigas (seres não humanos também chamados de gigantes, que por muitas vezes eram retratados como híbridos). Os gigas seriam os irmãos caçulas dos Titãs, filhos do relacionamento entre Gaia e Urano. Não se deve confundir a Gigantomaquia com a Titanomaquia. Elas são batalhas distintas segundo os estudos mitológicos.

Nessa Gigantomaquia dos Cavaleiros de Atena, Tífon, o giga mais forte, é considerado como deus por seus irmãos que finalmente despertaram após milênios presos pelo selo da deusa da Sabedoria e da Guerra. A obra foi lançada em dois volumes no Japão em 2002. No Brasil foi publicada pela Editora Conrad (que detém o direito de publicação da série) entre 2004 e 2005.

A obra literária abrilhanta o cenário de CDZ. Para os acostumados com o mangá e o anime, o lançamento de uma light novel (gênero que na época não era tão conhecido em nosso país) arrastou uma nova base de consumidores. Os aficionados por literatura. Afinal, nós já até falamos no SUPER LEITURA, light novels são romances curtos com forte presença de diálogos sem necessidade de uma descrição excessiva. O que foi ótimo para as vendas dos dois títulos, que há muito tempo já esgotaram suas tiragens.

Ler um livro onde já conhecemos os personagens, quer seja suas características físicas e psicológicas, ou o enredo, facilita muito. Não que o poder de imaginar não seja fascinante, mas isso conseguiu aglutinar fãs que não eram tão acostumados nem com o hábito de ler, como o de consumir, o estilo literário nipônico.

Os dois volumes, contam a história da Gigantomaquia a partir do surgimento de um novo protagonista: Mei, um dos cem órfãos da Fundação Graad do falecido Mitsumasa Kido. Mei surge com mistérios e revelações. Com ele aparecem também os famigerados Gigas, que querem vingança contra Atena (como se os olimpianos não já fossem bastantes).

No livro um: "Cavaleiros do Zodíaco: Gigantomaquia - A História de Mei", que como o nome sugere... Não, não. Não conhecemos a história de Mei. O livro todo é um prelúdio das batalhas que Seiya, Shun e Hyoga terão que enfrentar para proteger a Terra. Embora começamos a saber coisas sobre o passado de Mei, nada é tão expressivo durante toda a leitura do que o despertar do temível Tífon junto da lendária armadura de Coma Berenices (Cabeleiras de Berenice), constelação criada a partir do mito sobre oferenda que a rainha Berenice do Egito fez ao prometer suas lindas madeixas a Afrodite se esta protege-se seu amado, o rei Ptolomeu III Evérgeta I na guerra contra o Império Selêucida. Na lenda Afrodite e Berenice cumpriram cada uma sua parte da promessa. A deusa do amor ficou tão admirada com os cabelos da rainha que os elevou aos céus.

Já no segundo livro: "Cavaleiros do Zodíaco: Gigantomaquia - A História de Sangue" - é que conhecemos de fato a história do guerreiro. Com batalhas que atiçam a imaginação e revelações poderosas o ápice da leitura é quando descobrimos que Mei, ligado a armadura negra de Coma Berenices, tem um destino cruel ao lado do maléfico Tífon. É só no segundo volume que Shiryu de Dragão e Ikki de Fênix dão o ar da graça.

Com o envolvente enredo baseado nas fontes mitológicas, que conquistou milhares de fãs no mundo inteiro, a light novel de Tatsuya, que tinha tudo para ser só mais um spin-off com cara de fanfic, conseguiu chamar a atenção de Kurumada, que assina o posfácio da obra e a eternizou como elemento presente a cronologia oficial. Uma curiosidade super interessante é o diálogo que o narrador cria com o leitor. Sempre buscando explicações, referências... Assim mesmo quem não entende nada de CDZ ou de astrologia e mitologia não fica sem compreender o universo onde o cosmo define o vencedor.

Sem dúvida que a Gigantomaquia é um ícone, no que diz respeito a CDZ e suas produções. Uma obra diferente,  mas que não abandona o cenário criado por Kurumada e vivido por todos nós ao longo deste mais de 36 anos da série e 20 anos de Brasil. Outra coisa que chama a atenção são as ilustrações do fera Shingo Araki (desenhista original da série) que fez um belo trabalho na capa e nas ilustrações que acompanham as páginas finais dos volumes, num resgate da arte do mangá.

O conceito de aventura fica bem marcado na leitura, que transcende a essência de apenas mais uma peça criada em cima de uma obra original para assumir a posição de peça fundamental para a identidade da obra original. O exercício da leitura em Gigantomaquia foi um dos responsáveis por popularizar as light novels no Brasil.

Mas vamos deixar de falar! O SUPER LEITURA deixa agora um presente para você que leu a matéria. Nada melhor do que ler para poder se colocar a narrativa "em xeque" né? Pois então divirtam-se lendo as versões em pdf dos dois volumes da Gigantomaquia! Você pode fazer o download delas logo abaixo. Leia também o posfácio de autoria do mestre Kurumada!







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