15 de nov. de 2014

[ANIME ZONE] Akatsuki no Yona, a obra de arte dos animes em 2014



Seguindo novembro de 2014 com mais uma análise sobre a mídia otaku. É! Isso mesmo! Estou falando dos animes! Então para você mais um ANIME ZONE!

Bom, caro leitor, o anime da vez é uma das novidades desta temporada. Seu título: Akatsuki no Yona.



Dentre os títulos apresentados nesta temporada (que se iniciou em Outubro) o aqui já citado mereceu um espaço para comentário neste blog. Motivo: me cativou demais!

Escrito por Mizuho Kusanagi e publicado originalmente em formato mangá pela editora Hakusensha, o anime Akatsuki no Yona não é o maior sucesso de público entre os fãs japoneses e do mundo a fora. A Sony Entertainment, empresa de tecnologia responsável pelos games da linha Playstation, logo no final do mês passado divulgou uma lista com o TOP 20 dos animes mais baixados pelo Torne (dispositivo de gravação de mídia disponível no Play 3). O anime Akatsuki no Yona (Estúdio Pierrot) figurou a penúltima posição, 19° lugar, ficando atrás apenas de World Trigger (Toei Animation), em 20° lugar; e sendo precedido por Amagi Brilliant Park (Kyoto Animation), em 18° lugar - anime que eu recomendo. Você pode conferir a lista completa clicando no link ao final da matéria.

O que se dizer de Akatsuki no Yona? Para começar tenho que afirmar que esteticamente é uma produção que se encaixa perfeitamente na categoria Romântica do Bonito. Desde o enredo até a coloração e trilha, a produção do Estúdio Pierrot não deixa nada a desejar. O que me leva a questionar o porquê que o anime não foi bem recebido pelo grande público. Uma resposta: talvez porque em questão de roteiro a narrativa é bem fechada, sua maior característica é o drama que revela-se "carro-chefe" da trama, uma princesa que teve seu pai (o rei) morto diante dos olhos pelo homem que amava (príncipe Soo Won) e tudo isso por causa a dominação do reino. Além, é claro, de uma fusão de cenários clichês do imaginário mundial a cerca do mundo oriental japonês/chinês com arquiteturas adornadas, roupas coloridas e avantajadas, e todo aquela presença do imperialismo do Oriente.



Acredito que todos devem estar fartos desse tipo de produção. Procura-se agora coisas mais utópicas ou distópicas, futuristas ou surreais. Sem esquecer o crescimento pela procura de ecchis, que exageram no erotismo. Akatuski no Yona está mais para uma novela de época onde a donzela inocente descobre que sua paixão de infância não é como imagina ser e se vê amparada pelo ombro amigo de seu criado, por quem acaba nutrindo um sentimento especial ao longo de sua jornada rumo a redenção.

Neste caso em específico, o anime fica divertido, pois passamos a torcer pelo aprofundamento do relacionamento amoroso dos protagonistas (Yona, a princesa, e Hak, o vassalo). Ele faz de tudo para protegê-la e ela sempre o recrimina, mas na hora do desespero se acaba em lágrimas desejando seu retorno e seu bem estar. O mais bonito dos amores: o conquistado por reconhecimento.

Agora você deve perguntar: "Por que uma obra de arte como anunciado no título?". Ora é simples. A junção de elementos como design, enredo, cores, trilha (que diga-se de passagem é encantadora, pois se remete muito ao imaginário do feudo mistico oriental) só se traduz em uma expressão de arte por parte da equipe que o produziu. Uma obra de arte só é reconhecida como tal por seu caráter sensibilizador. Quando os padrões estéticos se apropriam da "bagagem cultural" do espectador e criam outras significações diante de seus olhos temos o surgimento de algo que vai além da produção: a obra de arte. Em Akatsuki no Yona, temos um anime que não apela para o popularismo, o erotismo e as novas crenças (visões abstratas de magia e ciência). Não há nada steadpunk, muito menos arcaico. Diria que está mais para um neoclássico. Um produto do bom e velho romantismo. Só que com uma pitada do sensacionalismo das lendas orientais. E é isso que faz deste anime uma obra de arte. Como tal, desperta o interesse pelo futuro, já que nos leva a encarar e rememorar vivências próprias e desejar um "final feliz" aos protagonistas. Os sentimentos são bem perceptíveis.


É uma pena que nem todos pensem assim, mas animes não são só poderes e erotismo barato. São peças midiáticas de expressão artística. Se conseguem perceber isso nas obras do mestre Hayao Miyazaki, por que não em um outro anime? A princesa Yona é uma flor de inocência que desabrochou no sol de outubro. Seu perfume é doce de mais para ser apreciado, contudo é uma fragrância que nos convida a amar. O anime ainda está no começo, mas promete muita coisa boa pela frente. Quem acompanha no mangá pode confirmar.

Bom, é isso aí!
Até a próxima.


Matéria postada dia 21/10/2014 no site animexis.com.br

Nenhum comentário: