22 de nov. de 2014

[LITERATURA EM XEQUE] O Cortiço de Aluísio de Azevedo, obra-prima do Naturalismo brasileiro



Desta postagem em diante, caro leitor, você vai vivenciar (ao menos uma vez por mês) a minha paixão pela literatura do Maranhão. Apaixonado por meu estado como sou (com seus altos e baixos) ,e ludovicense movido pelo "Espírito da Atenas Brasileira", não posso deixar de apresentar minhas impressões a respeito da produção de nossos antepassados condecorados no Brasil e no mundo.

E para começar nada mais interessante do que um clássico do movimento naturalista nacional: O Cortiço.


 Filho de Emília Amália Pinto de Magalhães com o português David Gonçalves de Azevedo, Aluízio Tancredo belo Gonçalves de Azevedo, que artisticamente ficou conhecido como Aluízio de Azevedo, ao lado de seu irmão (o teatrólogo Artur Azevedo) se destacou por apresentar uma proposta amistosa de retratar as características da sociedade brasileira do final do século XIX e início do século XX onde as questões nacionalistas já se consolidavam, mas ainda eram vistas como obscuridades a serem debatidas.

Já superado o indianismo de Capistrano de Abreu e Nina Rodrigues, exacerbado no "O Guarani" de José Alencar, Aluízio aborda em seu "O Cortiço" (1890) a miscigenação das raças, credos e culturas que compõe a sociedade brasileira. Mas especificamente a sociedade fluminense. A miscigenação é um assunto muito delicado na obra, que refuta temas como as reações "raça e meio"; ; o ufanismo do português que assume a sua brasilidade; e do saudosista que chora pelo solo luso.

Mas vamos a análise!

Na obra "O Cortiço" vemos o naturalismo ser abordado de forma caricata e humorada pelo maranhense, que evoca o movimento literário na própria construção do cenário de atuação da narrativa: o cortiço. A forma como o palco das peripécias de seus personagens se constrói faz dele o que podemos considerar como um personagem-título. Tudo o que acontece na estória é no cortiço ou pelo/por causa do cortiço.

De acordo com o contexto histórico da época teorias como o Positivismo, Darwinismo e o Determinismo influenciaram o surgimento e a constituição dos ideais realistas/naturalistas. A primeira apresenta-se na questão da busca pela verdade presente antes de tudo na experiência. É o que vemos ao reconhecer esta “busca” na comunidade do cortiço, que em suas singularidades procurava se firmar socialmente em razão dos demais fluminenses no Rio de Janeiro.


Já na segunda, o darwinismo, fica por parte de João Romão, português soberbo que faz de um tudo para destacar-se de seus convivas do cortiço e ratificar a superioridade de seu sangue europeu sobre os brasileiros dos trópicos. Por fim, o determinismo, teoria segundo a qual o homem é condicionado pelos fenômenos que vivenciou, passando a ser deles consequência. Um exemplo claro é o português Jerônimo, que antes era ligado a sua terra e suas tradições, contudo foi condicionado pelos ritmos e modo de vida do brasileiro devido aos encantos de uma mulata (Rita Baiana).

Gostaram da dica? É isso aí! Uma boa leitura!

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